segunda-feira, 25 de março de 2013

No ensino livre, alunos tomam as rédeas da própria formação


Ter contato em qualquer lugar e na hora que quiser com conteúdos que antes só podiam ser acessados por meio de livros e na sala de aula. Essa é a proposta que o professor americano Salman Khan fornece gratuitamente na Khan Academy, um portal na internet com seis milhões de visitantes por mês repleto de vídeos que explicam matemática, história, ciências e outras disciplinas. Khan esteve no Brasil a convite da presidente Dilma Roussef e do ministro da Educação Aloizio Mercadante. Durante o seminário oferecido em Brasília, Kahn afirmou que “a escola não substitui o professor e, sim, complementa o seu trabalho”.

​O projeto de Kahn entusiasmou o governo brasileiro, que já elabora a implementação de um sistema parecido no Brasil. Segundo Dilma Roussef, as novas tecnologias são aliadas para ajudar a melhorar a qualidade da educação no Brasil. Por meio de tablets e notebooks, o acesso às videoaulas até mesmo na escola ajuda o professor a entender melhor o nível de cada aluno individualmente. Ele pode, junto com o estudante, trabalhar dificuldades específicas que normalmente passariam despercebidas em turmas muito grandes.

O Brasil já conta com um exemplo das intituladas “Universidades Livres” como a Universidade Fora do Eixo, coletivo criado em 2005 por produtores culturais. Organizando encontros, festivais e eventos, eles perceberam que a troca de informações nessas ocasiões era muito grande. A partir daí, decidiram criar uma instituição em que as pessoas pudessem circular gratuitamente por outras casas do coletivo existentes no Brasil e trabalhar diretamente com os coordenadores do Fora do Eixo em áreas como comunicação, música e artes cênicas.

O Fora do Eixo criou também sua própria metodologia. “A gente não tem aulas e as pessoas não se formam, a gente entende que a formação é algo infinito. O próprio processo de fazer é formativo. Abrimos vagas dentro dos nossos projetos. Cada área tem um campo de formação. Se você quer aprender comunicação, por exemplo, trabalha com as pessoas de comunicação”, afirma Carolina Tokuyo, gestora nacional da Universidade Fora do Eixo.

O que é comum entre os projetos do professor norte-americano e dos produtores culturais brasileiros é a responsabilidade que os alunos podem assumir em relação à sua própria formação. A vivência colaborativa com outras pessoas na Universidade Fora do Eixo ou durante as videoaulas de Salman Khan permite que cada aluno desenvolva suas habilidades individualmente. Esses métodos podem compensar as lacunas normalmente deixadas pelo ensino tradicional no qual todos os estudantes deveriam aprender de forma unificada e simultânea.


FONTE:  Portal Terra

terça-feira, 5 de março de 2013

Portugal oferece cursos fracos no Ciência Sem Fronteira


Dos 2.587 bolsistas do programa Ciência Sem Fronteira (CsF) que já estão em Portugal - o segundo principal destino do programa -, quase 70% foram para universidades consideradas mais fracas que as principais instituições brasileiras ranqueadas pelo SCImago, reconhecido grupo de pesquisa internacional que classifica os melhores locais para se estudar na América Latina, Portugal e Espanha.

A situação - que preocupa os gestores do programa e custa aos cofres públicos R$ 48 milhões por ano - fez com que o governo federal agisse. Na sexta-feira, cerca de 9,7 mil candidatos ao intercâmbio em Portugal foram notificados pelo CsF sobre a possibilidade de trocarem de país.

Para chegar aos números, o jornal "O Estado de S. Paulo" cruzou as informações sobre a quantidade de bolsas implementadas até janeiro de 2013 com o atual ranking ibero-americano da SCImago - reconhecido grupo de pesquisa internacional que classificou as melhores universidades da América Latina, Portugal e Espanha. Foram considerados índices de qualidade da produção científica e internacionalização dos pesquisadores.

Com base no prestigioso ranking QS World University, quando se compara o curso de Engenharia Civil da UFRJ com o da Universidade de Coimbra - que recebe a maior quantidade de brasileiros -, a instituição do Brasil se sai melhor.

Melhores "disponíveis"

No próprio site da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento do Pessoal de Nível Superior), umas das administradora do programa, nenhuma universidade portuguesa é sequer listada como referência na seleção de melhores instituições europeias, muito menos na relação das mais destacadas em Engenharia e Tecnologia, área prioritária para o programa."Não que as elas não tenham critério nem parâmetros de aceitação de alunos. Mas a demanda por uma universidade de ponta americana, como Stanford e Harvard é certamente maior", diz Lampreia.

O CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), também gestor do programa, diz que busca parcerias com as melhores universidades "disponíveis". O CNPq informa ainda que o Ministério da Educação está desenvolvendo o programa Inglês sem Fronteiras para aumentar o número de bolsistas enviados para EUA, Canadá, Austrália e Grã-Bretanha. As informações são do jornal "O Estado de S. Paulo".

FONTE: Uol