sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Projeto dá apoio financeiro a universitários de baixa renda; inscrições em fevereiro

 

Passar no vestibular em uma universidade pública pode dar a sensação de missão cumprida para muitos estudantes. Porém, para grande parte dos alunos de baixa renda, conquistar uma vaga é apenas o primeiro passo, já que precisam conciliar estudos e trabalho, gastar com livros caros, transporte e alimentação, além da falta de apoio para a carreira.
Pensando em como ajudar esses jovens, um grupo de estudantes do ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica), criou o Instituto Semear, que dá apoio financeiro e treinamento durante um ano aos universitários. O projeto, que começou em 2010, em São José dos Campos, interior paulista – que neste ano está com inscrições abertas até 23 de fevereiro –, hoje comemora 60 atendimentos a universitários e sua expansão para o Rio de Janeiro e o Ceará, que abrirão seus processos seletivos nas próximas semanas.
O instituto tem como ponto central do seu trabalho evitar a evasão escolar dos universitários, sobretudo, daqueles oriundos das classes C, D e E. No Brasil, cerca de 900 mil estudantes abandonam a faculdade antes de se formar, de acordo com a pesquisa Estudos sobre a Evasão no Ensino Superior Brasileiro, do Instituto Lobo, de 2011.
"Acreditamos que o conselho de uma pessoa experiente, uma palestra sobre um tema desconhecido e a tranquilidade financeira para se alimentar e ir para a faculdade são os elementos que podem ser o ponto de virada na vida de uma pessoa", afirma Daniel Santos, coordenador voluntário do Instituto Semear Celeiro, nome que o projeto recebe no Rio.
Na prática, o apoio aos estudantes se baseia em três pilares. No primeiro deles, o jovem recebe uma bolsa de R$ 342,85 mensais – pagos durante os dois primeiros semestres para se manter na faculdade e conseguir pagar despesas básicas de transporte, alimentação e educação.
Em seguida, o universitário conta com o auxílio de um mentor, ou seja, um profissional que já atua no mercado e que tem bagagem para esclarecer as dúvidas do jovem. Por fim, paralelamente aos outros dois pilares, os estudantes passam por treinamentos mensais onde são abordados temas como inteligência emocional, empreendedorismo, finanças pessoais e liderança.
O instituto ainda oferece aos universitários a chance de acompanhar palestras de profissionais e empreendedores que contam suas experiências com a vida universitária, as dificuldades no processo e como alavancarem suas carreiras. "O propósito é garantir uma estrutura mínima necessária para que esses jovens acreditem nos seus objetivos. Muitas vezes, eles não sabem o caminho, o que os impede de se tornarem agentes de transformação na sociedade", afirma Santos.

 FONTE: UOL Educação

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Não há biblioteca em 72,5% das escolas brasileiras





O Brasil precisa construir 130 mil bibliotecas até 2020 para cumprir a Lei 12.244, que estabelece a existência de um acervo de pelo menos um livro por aluno em cada instituição de ensino do País, tanto de redes públicas como privadas. Hoje, na rede pública, apenas 27,5% das escolas têm biblioteca.
Para equipar todas as 113.269 escolas públicas sem biblioteca, seria necessária a construção de 34 unidades por dia, segundo um levantamento realizado pelo movimento Todos Pela Educação com base no Censo Escolar 2011. O estudo também faz uma comparação com números do Censo 2008 e mostra que, mesmo as escolas construídas nos três anos seguintes (foram 7.284 novas unidades) não contemplam o espaço: apenas 19,4% dessas novas instituições têm biblioteca.

Os Estados mais carentes são os das Regiões Norte e Nordeste, que tradicionalmente têm infraestrutura escolar precária, com escolas que chegam a funcionar em construções sem energia elétrica e saneamento básico. Na rede municipal do Maranhão, por exemplo, só 6% das escolas têm biblioteca.

O que destoa da lista, no entanto, é o aparecimento do Estado de São Paulo com um dos piores resultados do ranking, com 85% das unidades de sua rede pública (escolas estaduais e municipais) sem biblioteca. São 15.084 unidades sem o equipamento. Um enorme prejuízo, se considerado os resultados da edição 2012 da pesquisa Retratos do Brasil, que mostrou que, entre os 5 e 17 anos, as bibliotecas escolares estão à frente de qualquer outra forma de acesso ao livro (64%). “Isso mostra que só a legislação não é suficiente, porque tem lei que realmente não pega”, afirma Priscila Cruz, diretora do Todos pela Educação.

Quando se analisa o déficit por nível de ensino, vê-se, ainda, que as instituições de ensino infantil são as mais prejudicadas: enquanto 82% das escolas de ensino profissional e 52% das de ensino médio construídas após 2008 possuem biblioteca, apenas 10% das de ensino infantil têm o espaço.


Uma opção que é um contrassenso, argumentam os educadores, já que é na faixa etária dos 5 anos que a criança está descobrindo a língua escrita e tem de ser estimulada à descoberta e ao gosto pela leitura. No ensino médio, o estudante já teria acesso a outros ambientes de leitura.


FONTE: Jornal do commercio-Pe