quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Inatismo, empirismo e construtivismo: três ideias sobre a aprendizagem


Inatismo, o saber congênito


A busca por respostas começa na Antiguidade grega, com o nascimento do pensamento racional, que busca explicações baseadas em conceitos (e não mais em mitos) como uma forma de entender o mundo. Para os primeiros filósofos, a dúvida consistia em saber se as pessoas possuem saberes inatos ou é se possível ensinar alguma coisa a alguém. 


Platão (427-347 a.C.) firmou posição a favor das ideias congênitas. Defendendo a tese de que a alma precede o corpo e que, antes de encarnar, tem acesso ao conhecimento, o discípulo de Sócrates (469-399 a.C.) afirmou que conhecer é relembrar, pois a pessoa já domina determinados conceitos desde que nasce. 


Chamada de inatismo, essa perspectiva sustenta que as pessoas naturalmente carregam certas aptidões, habilidades, conceitos, conhecimentos e qualidades em sua bagagem hereditária. Tal concepção motivou um tipo de ensino que acredita que o educador deve interferir o mínimo possível, apenas trazendo o saber à consciência e organizando-o. "Em resumo, o estudante aprende por si mesmo", escreve Fernando Becker, professor da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) no livro Educação e Construção do Conhecimento. 



Mesmo que a noção de aprendizado como reminiscência não encontre eco na ciência contemporânea, algumas ideias inatistas ainda pipocam nas salas de aula. Para o bem e para o mal: se por um lado é interessante levar os alunos a procurar respostas para suas inquietações com independência crescente, por outro é lamentável que muitos docentes sigam explicando o baixo rendimento escolar de certos estudantes (sobretudo os de "lares desestruturados") porque eles "não têm habilidade para aprender".


Inatismo 

Precursor: Platão (427-347 a.C.)

Pesquisa iconográfica: Josiane Laurentino. Foto: Bettmann/Corbis/Latinstock

Defende que as pessoas nascem com saberes adormecidos que precisam ser organizados para se tornar conhecimentos verdadeiros. O professor só auxilia o aluno a acessar as informações.


Trecho de livro comentado
"Mas o deus que vos modelou, àqueles dentre vós que eram aptos para governar, misturou-lhes ouro na sua composição, motivo por que são mais preciosos; aos auxiliares, prata; ferro e bronze aos lavradores e demais artífices." 
Platão, no livro A República 



Comentário 
Platão diz que o homem nasce com certas características físicas e que elas justificam a posição social de cada um. Ser apto a governar ou trabalhar como auxiliar é resultado de uma vontade divina. Não se considera nenhuma possibilidade de mudança.

Empirismo, a absorção do conhecimento externo

Aristóteles (384-322 a.C.) apresentou uma perspectiva contrária à de Platão (como se vê no quadro resumo, abaixo). Segundo ele, embora as pessoas nasçam com capacidade de aprender, elas precisam de experiências ao longo da vida para que se desenvolvam. A fonte do conhecimento são as informações captadas do meio exterior pelos sentidos. Ideias como essa impulsionaram o empirismo, corrente favorável a um ensino pela imitação - na escola, as atividades propostas são as que facilitam a memorização, como a repetição e a cópia. 

"Os empiristas acreditavam que as informações se transformam em conhecimento quando passam a fazer parte do hábito de uma pessoa", explica Clenio Lago, professor de Filosofia da Educação na Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc), em São Miguel do Oeste. Absorvidos tal como uma esponja retém líquido, os dados aprendidos são acumulados e fixados - e podem ser rearranjados quando outros conteúdos mais complexos aparecem. A mente humana é definida como uma tábula rasa, um espaço vazio a ser preenchido. "A criança é comparada à água, que pode ser canalizada na direção desejada", diz Lago. 

Nos séculos 16 e 17, em plena Idade Moderna, essa perspectiva ganha força com filósofos como Francis Bacon (1561-1626), Thomas Hobbes (1588-1679) e John Locke (1632-1704). Do ponto de vista dos empiristas, caberia à escola formar um sujeito capaz de conhecer, julgar e agir segundo os critérios da razão, substituindo as respostas "erradas" absorvidas no contato com diversos meios (a religião, por exemplo) pelas "certas", já validadas pelos acadêmicos por seguirem os critérios científicos da época. 

Apesar dos séculos de distância, o fato é que algumas práticas empiristas seguem presentes no dia a dia das escolas. "Até hoje, o conhecimento é visto por muitos como um produto que pertence ao professor", explica Becker. Os especialistas formulam outra crítica à corrente: nem sempre ideias simples dão elementos para compreender as mais complexas. Dito de outra forma, não basta acumular informações para aprender.



Empirismo Precursor: Aristóteles (384-322 a.C.)

Pesquisa iconográfica: Josiane Laurentino. Foto: The Bridgeman/Keystone

Sustenta que o conhecimento está na realidade exterior e é absorvido por nossos sentidos. O professor é quem detém o saber. O aprendizado é obtido por meio da cópia, seguida de memorização.


Trecho de livro comentado
"As virtudes, portanto, não são geradas em nós nem através da natureza nem contra a natureza. A natureza nos confere a capacidade de recebê-las, e essa capacidade é aprimorada e amadurecida pelo hábito." 
Aristóteles, no livro Ética a Nicômaco 



Comentário 
O autor critica o inatismo, chamando a atenção para o fato de que não é a "natureza" a responsável por nossos saberes (no trecho, chamados de "virtudes"). Para Aristóteles, os conhecimentos são absorvidos como resultado da prática - quando se tornam hábito.


Construtivismo, a tentativa de caminho do meio 


Com inatismo e empirismo apontando para lados opostos ("O saber está no indivíduo" versus "O saber está na realidade exterior"), o século 20 nasceu com uma tentativa de caminho do meio para explicar o aprendizado: a perspectiva construtivista. De acordo com essa linha, o sujeito tem potencialidades e características próprias, mas, se o meio não favorece esse desenvolvimento (fornecendo objetos, abrindo espaços e organizando ações), elas não se concretizam.

A presença ativa do sujeito diante do conteúdo é essencial - portanto, não basta somente ter contato com o conhecimento para adquiri-lo. É preciso "agir sobre o objeto e transformá-lo", como diz Jean Piaget (1896-1980) (leia o quadro abaixo). Foi o cientista suíço quem cunhou o termo construtivismo, comparando a construção de conhecimento à de uma casa, que deve ter materiais próprios e a ação de pessoas para que seja erguida.

Embora seus estudos não tenham sido feitos para aplicação em sala de aula - por isso, é um equívoco falar em "método construtivista de ensino" -, suas teorias inspiraram as obras sobre Educação popular de Paulo Freire (1921-1997), sobre Matemática de Constance Kamii, sobre ética de Yves de la Taille e sobre a psicogênese da língua escrita de Emilia Ferreiro e Ana Teberosky. Nas últimas três décadas, elas também têm influenciado investigações nas chamadas didáticas específicas de cada disciplina. 

Pela concepção construtivista, o professor deve criar contextos, conceber ações e desafiar os alunos para que a aprendizagem ocorra. "O conhecimento não é incorporado diretamente pelo sujeito: pressupõe uma atividade, por parte de quem aprende, que organize e integre os novos conhecimentos aos já existentes", escreve Teresa Mauri em O Construtivismo na Sala de Aula. 

É claro que nem tudo cabe debaixo do chapéu do construtivismo. Entre os mal-entendidos, um dos mais comuns é considerar que o professor construtivista não apresenta conteúdos nem orienta seus alunos. "Professor que não ensina não é construtivista", afirma Becker. Para que haja o avanço dos alunos, o docente precisa tomar muitas decisões: considerar as demandas da turma, propor questões e desafios e pensar formas de promover ações que gerem aprendizado. "O educador deve dominar sua área e conhecer os processos pelos quais o aluno aprende os mais diferentes conteúdos", diz. 


Ao pesquisar a maneira como a criança pensa, Piaget chamou a atenção para o papel da interação para explicar como o conhecimento se origina e se desenvolve. Por essa via, aproximou-se de pesquisadores como Lev Vygotsky (1896-1934) e Henri Wallon (1879-1962). Embora os registros históricos indiquem que Wallon e Vygostky não conviveram diretamente com Piaget, são muitos os pontos de contato entre o construtivismo piagetiano e a perspectiva defendida pela dupla, o sociointeracionismo. Segundo ela, o processo de aprendizagem se dá pela relação do aprendiz com o meio (ambiente familiar e social, professores, colegas e o próprio conteúdo). Você conhece mais detalhes sobre as duas perspectivas nas próximas reportagens da série.

Construtivismo 

Precursor: Jean Piaget (1896-1980)

Pesquisa iconográfica: Josiane Laurentino. Foto: Bettmann/Corbis/Latinstock

Estabelece que a capacidade de aprender é desenvolvida e construída nas ações do sujeito por meio do contato ativo com o conhecimento, que é facilitado pelo professor.


Trecho de livro comentado
"Pensar não se reduz, acreditamos, em falar, classificar em categorias, nem mesmo abstrair. Pensar é agir sobre o objeto e transformá-lo." 
Jean Piaget, no livro Problemas de Psicologia Genética 



Comentário 
Citando características do pensamento científico clássico (enunciação, classificação e abstração), Piaget afirma que o aprendizado necessita também da ação de quem aprende (formulando hipóteses para entender o objeto de conhecimento, por exemplo).



Justiça garante direito a novo Enem a todos os prejudicados por falhas


Liminar da Justiça Federal do Ceará garante a todos os candidatos do Enem que se disserem prejudicados pelos problemas da inversão do cartão-resposta e da montagem de parte dos cadernos de questões amarelos o direito de realização de nova prova de Ciências Humanas e Ciências da Natureza. A decisão também determina que o site criado pelo Ministério da Educação (MEC) para fazer requisições de correção invertida do gabarito fique no ar até as 23h59 (horário de Brasília) do dia 26 de novembro, 'a fim de assegurar a eficácia da medida'.
A liminar foi concedida na tarde desta quarta-feira, 17, pela juíza da 7.ª Vara Federal do Ceará, Karla de Almeida Miranda Maia. Ela atendeu a solicitação do Ministério Público Federal (MPF). O MEC informou que a Advocacia-Geral da União (AGU) vai recorrer.
Para fundamentar sua decisão, a juíza disse que, em 'centenas de e-mails' recebidos pela Diretoria da 7ª Vara Federal, estudantes reclamam de orientações confusas dadas pelos fiscais de sala, o que 'gerou uma distorção que não se soluciona mediante simples correção invertida do cartão-resposta, segundo propõe o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais)'.
Sobre o procedimento adotado pelo MEC para identificar os candidatos que pegaram a prova amarela e terão direito a fazer um novo teste - a checagem das atas das 128 mil salas onde foi realizado Enem - Karla Maia escreveu: 'Não há razão que justifique submeter esses alunos a uma prévia triagem (...) ainda mais quando esse juízo de valor está calcado em atas de salas redigidas por fiscais, cujo despreparo restou evidenciado'.
O procurador da República Oscar Costa Filho, autor do pedido de liminar, classifica como 'remendos discriminatórios' as 'novas regras criadas pelo MEC' depois da prova. Segundo ele, os procedimentos 'ferem o princípio da legalidade', porque não estavam previstas no edital do Enem. 'A administração pública quer resolver o problema do calendário das instituições de ensino superior federais sacrificando o Direito, criando regras para permitir o menor número possível de danos', afirmou o representante do MPF no Ceará.
Em nota, a AGU diz entender que as providências adotadas pelo MEC são as medidas 'mais justas' para assegurar o direito aos alunos prejudicados, 'sem prejuízo daqueles que fizeram a prova regularmente ou da apuração de outras ocorrências registradas em ata'.
O MEC previa refazer a prova para cerca de 3,3 mil prejudicados pelos erros e abriu a possibilidade de correção invertida do gabarito àqueles que se confundiram com a inversão dos cabeçalhos. 'O MEC não pode criar duas categorias de prejudicados. Quem se sentiu prejudicado pode pedir para fazer uma nova prova', disse Costa Filho, autor de ações que pediram a suspensão e a anulação do Enem.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Evolução das atividades educativas

 
Admite-se que, nas sociedades primitivas, formadas pelos remotos antepassados do homem contemporâneo, o processo educativo seria muito semelhante ao que os antropólogos de campo puderam estudar nas sociedades isoladas do mundo contemporâneo. A educação consistia, muito provavelmente, num processo sem solução de continuidade que, iniciado no interior do núcleo familiar, prosseguia nas atividades desempenhadas pelo grupo social, conforme as potencialidades físicas e intelectuais da criança fossem se desenvolvendo. Os sucessivos grupos educadores - o grupo de crianças, que compartilham e opõem suas experiências individuais; o grupo de adultos formado para realizar um trabalho coletivo (caça, agricultura, coleta de frutos silvestres ou cultivados, construção de canoas) - se encarregariam de transmitir ao indivíduo o saber necessário à sobrevivência. 

Desde pequena, a criança participaria da atividade coletiva, primeiro executando pequenas tarefas elementares de ajuda e logo aprendendo, progressivamente, os trabalhos mais complicados. Apenas o campo do sagrado, dos ritos e das crenças, juntamente com o das manifestações artísticas, exigiriam, ocasionalmente, uma especialização educativa, ou um trabalho exclusivo e qualitativamente distinto de todos os demais. Esse saber seria transmitido no interior de pequenos grupos, orientados pelo sacerdote, pelo xamã ou pelo conselho de anciãos. 

A especialização de tarefas dentro da sociedade, à medida que esta se tornou mais complexa, levou à criação de sistemas de aprendizagem diferenciados. Mas foi sobretudo a cristalização na sociedade da divisão em classes sociais com interesses próprios e antagônicos que consagrou a educação como um dos meios mais eficazes para perenizar, ao longo das gerações, a divisão interna da sociedade. As castas sacerdotais e de servos surgidas nas primeiras grandes civilizações do Oriente Médio se baseavam com certeza no monopólio consciente da educação especializada, de tal forma que os conhecimentos acumulados socialmente se transmitiam apenas a uma pequena minoria de iniciados, que se perpetuava, dessa maneira, no poder. Os antigos egípcios, as civilizações mesopotâmicas e muitas culturas pré-colombianas adotaram esse sistema educativo. A invenção da escrita não fez senão reforçar os privilégios da minoria que tinha acesso ao saber. 

Isso era indispensável para que a sociedade pudesse regular as atividades agrícolas, contabilizar e repartir a colheita, legislar, manter o favor dos deuses e organizar exércitos para preservar a ordem interna e defender o país contra inimigos externos. 

É bastante conhecido o sistema educativo da Grécia clássica. No século V a.C., ocorreu uma verdadeira revolução, quando o trabalho educador dos sofistas começou a difundir, baseado no método dialético, o ceticismo e a análise crítica das matérias em que os jovens atenienses eram educados. Sócrates transformou-se, para sempre, num modelo de educador. A civilização clássica greco-romana deve sua importância histórica a um sistema educativo que, mesmo sendo privilégio de uma minoria, favorecia o pensamento crítico individual e se distanciava do modelo de casta fechada, orientado para a manutenção do saber como algo secreto, oferecido pelos deuses, que havia caracterizado as civilizações anteriores. Seria difícil determinar qual foi a causa e qual o efeito; mas a implantação do sistema educativo liberal e o florescimento do pensamento e das artes são historicamente coincidentes.

Desde o início de sua expansão, o cristianismo tentou adequar sua concepção de mundo à que predominava no Império Romano, na ocasião de seu surgimento. Muitos autores adeptos da nova religião desenvolveram, na teoria e na prática, novas idéias educativas que buscavam moldar o homem segundo a cosmovisão cristã. Mas a civilização greco-romana afundava irremediavelmente no obscurantismo medieval, e nessa fase histórica não sobreviveu nenhum dos projetos educativos dos doutores da igreja. 

A Idade Média começou assim que se arruinou o sistema político, econômico, social e cultural que havia unificado o mundo mediterrâneo e a Europa ocidental sob o domínio de Roma. Embora o cristianismo, já dominante no decadente Império Romano, tenha se imposto finalmente aos diversos povos bárbaros que dominaram a Europa, os mecanismos de transmissão de conhecimento foram interrompidos, em grande parte, ao se desorganizar a vida intelectual. Apenas a igreja, e dentro dela as ordens monásticas, conseguiram preservar a cultura do mundo antigo, ainda que de forma parcial e com significados e conteúdos freqüentemente distorcidos. Boa parte da herança cultural greco-romana caiu no esquecimento ou desapareceu. Dessa maneira, perdeu-se o vínculo com a tradição cultural mais rica que até então a humanidade havia produzido, o que representou um retrocesso. 

Na Idade Média européia, o ensino foi ministrado praticamente na clandestinidade. Em todo esse período existiu um restrito número de escolas, em mosteiros e sedes episcopais, e nelas se educavam pouquíssimos alunos, dentro de um sistema de pensamento muito fechado, estático e dominado pela religião. Isso deu origem a uma casta letrada, que transmitia o saber quase que como segredo, conforme ocorria nas antigas civilizações do Oriente Médio. Raramente os alunos pertenciam à nobreza guerreira, para a qual as artes e as letras constituíam, na verdade, um adorno inútil. Em contrapartida, as escolas se destinavam a preparar sacerdotes para a igreja ou a instruir indivíduos para o reduzido corpo de funcionários imperial, que recebeu considerável impulso quando Carlos Magno tentou restabelecer a unidade política européia. 

Os últimos séculos da Idade Média experimentaram um prodigioso desenvolvimento social e cultural. A partir do século XI, a extraordinária expansão das universidades mudou radicalmente as condições de ensino no continente. A universidade medieval continuava dominada por um sistema ideológico rígido, tradicional, baseado fundamentalmente na teologia, mas levava em si o germe de uma incontrolável expansão do saber. Quando o pensamento aristotélico foi incorporado ao acervo cultural dominante, após uma ausência de muitos séculos, a semente do racionalismo ficou firmemente implantada na instituição medieval de ensino. O espírito crítico tinha que se desenvolver até assumir sua forma moderna no Renascimento.

O grande impulso que a cultura européia recebeu nos últimos séculos da Idade Média desaguou no pré-Renascimento. As universidades viveram um período áureo, o estudo do grego clássico recebeu um impulso decisivo e, em Florença, surgiu a primeira academia platônica, que foi seguida de outras nas principais cidades italianas. As novas correntes de pensamento, criadas pelos humanistas, impregnaram uma Europa otimista e plena de vitalidade, disposta a substituir o rigor técnico medieval por outra forma de cultura. A educação retomou os antigos ideais clássicos que defendiam a conjunção harmoniosa do homem com a natureza. Os grandes pensadores eram também, em sua maior parte, mestres solicitados, e percorriam incansavelmente a Europa, difundindo idéias. O continente parecia viver em estado de debate constante, como se as distâncias tivessem sido infinitamente encurtadas. Mas o período otimista da primeira fase do Renascimento duraria muito poucos anos. 

A Reforma religiosa, acontecimento plenamente identificado com o espírito renascentista, acarretou uma reação católica que representou um verdadeiro retrocesso. Costuma-se dar como sua data inicial o ano de 1517, em que Martinho Lutero expôs em público, pela primeira vez, sua contestação à doutrina eclesiástica das indulgências. A partir desse ano, tudo foi diferente. A Europa mergulhou numa guerra civil permanente que esgotaria os recursos do continente por um século e meio, e levantaram-se duras fronteiras ideológicas cujo papel era dificultar a difusão do pensamento. As lutas religiosas não tardaram a paralisar o otimismo renascentista, e as instituições eclesiásticas e estatais começaram a se assustar. A liberdade de que tinham desfrutado os educadores na época imediatamente anterior foi cortada pela raiz, e no mundo católico teve início uma profunda decadência das universidades, que se tornaram baluartes do pensamento teológico medieval. Não teve melhor sorte a filosofia na maioria dos países protestantes, nos quais também não se toleraram dissidências ideológicas até o momento em que, em alguns deles, foi preciso apelar à tolerância para frear a guerra civil. As pequenas ilhas de permissividade tornaram-se berço das principais idéias inovadoras que surgiriam na Europa. 

Os efeitos da Reforma na educação se fizeram sentir a longo prazo. Talvez o mais importante deles tenha sido a extensão do ensino primário. Efetivamente, para se ter acesso direto às Sagradas Escrituras, era preciso saber ler. O próprio Lutero traduziu a Bíblia para o alemão, para estimular sua leitura. O latim, idioma internacional dos humanistas, foi logo relegado a segundo plano perante o florescimento dos idiomas nacionais. Todo o movimento da Reforma, associado ao advento da imprensa, favoreceu a alfabetização de setores cada vez mais amplos da população, que tiveram acesso aos livros, cada vez mais baratos.

Com a Contra-Reforma, os países católicos ganharam novas instituições de educação: os colégios. Os jesuítas, seguidos de perto por outras congregações e ordens religiosas, criaram um modelo de instituição educacional destinada aos filhos das classes privilegiadas, para o que se desenvolveram métodos educacionais de grande refinamento psicológico. A Igreja Católica, por sua vez, começou a organizar de forma rigorosa a formação de sacerdotes, criando para isso os seminários. 

A extensão da educação, apoiada em novos recursos técnicos, entre os quais teve importância fundamental a imprensa, foi intensa ao longo da modernidade européia. Os aparelhos de estado absorviam um número cada vez maior de funcionários letrados. Reis, governadores, bispos e autoridades municipais precisavam cercar-se de um grande staff de escrivãos, juristas e técnicos. As novas formas de vida obrigavam cada vez mais pessoas a educarem-se. Já não se podia capitanear um galeão sem saber decifrar as cartas náuticas, nem manipular os instrumentos de precisão ou escrever o diário de bordo sem conhecer as letras. Da mesma maneira, não se podia governar uma cidade ou dirigir um exército sem saber ler, interpretar e redigir documentos, nem levantar uma fortificação sem recorrer a cálculos de balística. O ideal da educação renascentista tinha sido o de formar no homem um espírito livre, capaz de dominar todos os campos do conhecimento, desde a arte até a ciência. Mas logo se viu que isso seria impossível. O desenvolvimento das técnicas, adiantando-se muitas vezes ao das ciências puras, impôs a especialização dos saberes, num mundo em que a arquitetura, a arte da guerra, a navegação e as finanças ficavam cada vez mais em mãos de um grupo reduzido de especialistas.

Em meados do século XVII, a Paz de Vestfália pôs fim ao longo período de lutas religiosas que havia dividido a Europa em grupos irreconciliáveis. Um novo espírito surgiu e encontrou terreno propício nas camadas mais cultas da sociedade, primeiro na Inglaterra e logo depois no continente. A religião, que ainda era oficialmente determinante nos sistemas políticos, perdeu o controle sobre as ideologias, e as grandes filosofias da época se constituíram fora de sua influência. 

O empirismo e o racionalismo ingleses tiveram grande repercussão entre os intelectuais que elaboraram a Enciclopédia francesa, obra-prima da literatura didática. O século XVIII europeu, que foi chamado o século da educação, caracterizou-se pelo surgimento de um novo espírito otimista, baseado na idéia de progresso e na constatação de que o espírito científico estava levando a humanidade a uma situação sem retorno, que se delineava como crescimento qualitativo e quantitativo que invalidava todas as ideologias anteriores. Pela primeira vez na história se acreditava ser possível conseguir, graças ao progresso da ciência e ao avanço da razão, o aperfeiçoamento do espírito humano e a melhora das condições materiais até que estas se aproximassem de algo semelhante ao paraíso terrestre, o que invalidaria para sempre as promessas da religião. 

Se o otimismo dos iluministas parece excessivo, é certo que o homem contemporâneo, embora tenha demonstrado que sua natureza não se aproxima tão facilmente da perfeição, como acreditavam os pensadores do século XVIII, é produto das idéias e convicções daqueles pensadores e vive num mundo que resulta diretamente dessas idéias.

O Iluminismo foi um grande movimento ideológico e cultural do qual participaram as maiores inteligências da época, de Jean-Jacques Rousseau a Immanuel Kant. Esse movimento ganhou corpo ao mesmo tempo que uma onda revolucionária transformava a vida material do homem europeu: a revolução industrial, econômica, científica e cultural. A revolução política não foi senão um componente a mais e uma resultante das anteriores, e abriu o caminho para pôr em prática na sociedade do século XIX as idéias dominantes do século anterior. 

Os iluministas tiveram plena consciência da necessidade de reformar e expandir a educação a todos os níveis para chegar a um mundo mais sábio e mais justo. A tese segundo a qual o homem é bom por natureza mas uma educação equivocada o perverte foi celebrizada por Rousseau, que propôs um novo modelo de educação, baseado no desenvolvimento dos dons naturais da criança, que outros autores retomaram e que ainda hoje continua a exercer influência na pedagogia. Outros grandes iluministas, ideologicamente bastante divergentes de Rousseau, expuseram suas próprias teorias pedagógicas, muitas das quais seriam postas em prática no século seguinte, uma vez eliminados os obstáculos que as instituições sociais e políticas do Antigo Regime impunham à transformação do ensino. 

O primeiro programa organizado de escolarização universal foi criado pelo tcheco Comenius, que em meados do século XVII preconizou uma escola elementar à qual todos - ricos, pobres, homens e mulheres - teriam acesso e a partir da qual seriam selecionados os indivíduos mais capacitados a cursar os ensinos superiores. A democratização do ensino, no entanto, tardaria ainda vários séculos para se tornar realidade.
Uma das aspirações dos governos burgueses europeus do século XIX foi a de levar toda a população infantil à escola. Esse processo se deu muito lentamente. Antes disso, foram postos em prática projetos de instituições de ensino secundário, priorização compreensível num sistema dominado pelas classes abastadas, preocupadas com o futuro de seus filhos e com a perpetuação do sistema. Mas a pressão da classe trabalhadora e também a necessidade de qualificar mão-de-obra para as atividades industriais cada vez mais exigentes motivaram a progressiva democratização do ensino. Dessa forma, no final do século XIX, a maior parte dos países industrializados tinha conseguido atrair para a escola quase toda a população infantil, e a taxa de analfabetismo tinha sido reduzida drasticamente. 

No século XX, a educação primária foi levada a grandes contingentes populacionais em todo o mundo. Os países latino-americanos, assim como os que emergiram no meado do século ao concluir-se o processo de descolonização, efetuaram ingentes esforços no campo da educação, com o apoio, em muitos casos, de organizações internacionais como a UNESCO, e conscientes da necessidade de diminuir a desvantagem em relação às nações mais industrializadas. Muitos países pobres, no entanto, nos últimos anos do século XX, estavam longe de ver realizada a aspiração de alfabetizar toda a população. A explosão demográfica e o atraso contribuíram para dificultar ainda mais o esforço de alfabetização. 

Em conseqüência da democratização do ensino primário, produziu-se em todos os países uma maior demanda pelo ensino médio e superior, que suscitou, na segunda metade do século XX, um problema universal: a universidade, criada para educar uma minoria seleta, não dava conta de admitir a grande quantidade de alunos que lutavam por chegar às salas de aula. Outro aspecto do mesmo problema é o baixo nível do ensino ministrado por muitas escolas de nível superior, em decorrência da massificação. 

Os teóricos da educação continuaram seu trabalho, aprofundando-se cada vez mais no estudo da psicologia infantil e das relações sociais que se estabelecem na escola, muitos deles denunciando a dependência da escola em relação ao sistema social em que está imersa, cujos problemas ela tende a reproduzir. Ao longo do século, a tendência geral foi favorável à limitação do autoritarismo na escola e ao aumento da liberdade de ação da criança, para que dê livre curso a sua criatividade. Fomentou-se a atividade física - ginástica, esportes - depois que se tomou consciência da importância dessas atividades para a boa saúde física da criança, para a formação de sua personalidade e para o desenvolvimento da sociabilidade.

Nos últimos anos do século, o novo problema com que a educação se defrontou estava relacionado às transformações sofridas pelos meios de comunicação. Delineou-se uma situação paradoxal: enquanto a educação que se oferecia era quase totalmente baseada no universo literário, a maior parte das crianças, feliz ou infelizmente, recebia muito mais informações por meios audiovisuais do que impressos. Embora na década de 1980 alguns países tenham começado a introduzir nos planos de estudo escolares as novas tecnologias, como o uso de computadores, a situação paradoxal permanecia. Os próprios educadores estavam formados para ministrar um ensino baseado em técnicas pedagógicas e em conteúdos tradicionais. Já se discutia, no entanto, a necessidade de incorporar as novas disciplinas aos currículos escolares, pois o mercado de trabalho estava cada vez mais a exigir familiaridade com a informática em quase todas as áreas. A generalização da informática teve conseqüências importantes para a educação, especialmente nas áreas profissionalizantes. 

Fundamentos psicológicos, sociológicos e antropológicos da educação

Existem vários pontos de contato entre as ciências da educação e outras áreas das ciências humanas, entre as quais a psicologia. O conhecimento das aptidões da criança, suas atitudes perante os fenômenos que fazem parte de seu universo, sua percepção desse universo, a maneira como se dão suas relações interpessoais e tudo o que se refere à formação de sua personalidade e à aprendizagem são questões que interessam, ao mesmo tempo, à psicologia e à pedagogia.


Do mesmo modo, boa parte dos estudos propostos pela antropologia e pela sociologia está encaminhada para esclarecer a forma que adotam e a maneira como atuam os diversos sistemas de aprendizagem e de aculturação que constituem o alicerce educacional das sociedades, sejam elas "primitivas", e nesse caso objeto de estudo da antropologia, ou "civilizadas", terreno abordado pela sociologia. Algumas questões importantes tratadas pelos sociólogos, por exemplo, dizem respeito à influência das mudanças educacionais na estrutura social, à relação entre educação e desenvolvimento econômico, à forma como os diversos sistemas educacionais podem sustentar ou, ao contrário, derrubar os sistemas de poder, às disfunções sociais criadas por novos métodos de ensino, às resistências à mudança educacional por parte dos poderes sociais tradicionais e a muitos outros temas. 

Em países como o Brasil, de grandes desigualdades sociais, as relações entre educação e as questões psico-sociológicas são ainda mais visíveis. A pobreza afasta a criança da escola, lançando-a prematuramente e sem qualificação no mercado de trabalho, aumentando o contingente de subempregados. Nos piores casos, apoiada pelo espírito contestatário próprio da adolescência, a falta de escolarização abre para o jovem o caminho do crime. À desagregação familiar nas camadas mais pobres da população se segue freqüentemente a evasão escolar, pela necessidade de trabalhar ou pela simples falta de incentivo.


Dados sobre as 5 metas para educação



Aqui são apresentados os quadros com o acompanhamento e estágio de cumprimento das 5 Metas do Todos Pela Educação. Em cada mapa você confere se os estados cumpriram seus objetivos. Ao lado de cada imagem trazemos os indicadores para as regiões e para o Brasil. Clique no respectivo mapa para ver os indicadores do Distrito Federal e de cada um dos 26 estados brasileiros.


Toda criança e jovem de 4 a 17 anos na escola

 
“Até 2022, 98% ou mais das crianças e jovens de 4 a 17 anos deverão estar matriculados e frequentando a escola”.
 
Em 2007, ao analisarmos o Brasil como um todo, 90,4% das crianças e jovens entre 4 e 17 anos já estavam. Essa proporção subiu para 91,4% em 2008. Apesar de positivo, o aumento não foi suficiente para que a meta intermediária de 91,9% fosse atingida.
 

  Indicadores Metas
  2004 2005 2006 2007 2008 2006 2007 2008 2009 2010 2021
Brasil 88,4 % 88,8 % 89,9 % 90,4 % 91,4 % 90,1 % 91,0 % 91,9 % 92,7 % 93,4 % 98,0 %
Região Norte 83,9 % 84,9 % 86,3 % 87,6 % 89,1 % 86,7 % 88,1 % 89,5 % 90,7 % 91,8 % 98,0 %
Região Nordeste 88,1 % 88,7 % 89,9 % 90,8 % 91,9 % 90,0 % 90,9 % 91,8 % 92,6 % 93,4 % 98,0 %
Região Sudeste 90,6 % 90,6 % 91,8 % 92,0 % 92,7 % 91,8 % 92,5 % 93,2 % 93,8 % 94,3 % 98,0 %
Região Sul 87,0 % 86,9 % 88,0 % 88,4 % 89,5 % 88,6 % 89,8 % 90,9 % 91,8 % 92,7 % 98,0 %
Região Centro-oeste 86,4 % 87,5 % 88,8 % 88,4 % 89,6 % 88,8 % 90,0 % 91,0 % 92,0 % 92,8 % 98,0 %
A grande maioria das pesquisas não trabalha com dados censitários, e sim com amostras, pelo fato da complexa logística e do alto custo de uma pesquisa censitária (que averigua toda a população). No entanto, a amostra não representa perfeitamente a população de interesse, de modo que as estimativas dos indicadores baseados em amostras podem não ser precisas. Por isto, são calculados intervalos de confiança que indicam o intervalo dentro do qual o verdadeiro valor do indicador deve estar inserido. Normalmente, calculamos esse intervalo de modo que ele contenha o verdadeiro valor (populacional) com 95% de confiança.
Os números relativos ao Brasil e à região Norte, a partir de 2004, incluem a zona rural que estava fora da pesquisa nos anos anteriores.
 
“Até 2010, 80% ou mais, e até 2022, 100% das crianças deverão apresentar as habilidades básicas de leitura e escrita até o final da 2ª série ou 3º ano do Ensino Fundamental”.
 
Não há ainda no Brasil um instrumento de avaliação externa, em âmbito nacional, que acompanhe a alfabetização das crianças ao final da 2ª série (3º ano) ou aos 8 anos de idade.
 

Todo aluno com aprendizado adequado à sua série - 2007
Fonte
 
SAEB/INEP

Todo aluno com aprendizado adequado à sua série - 2005
 

Todo aluno com aprendizado adequado à sua série - 2003

“Até 2022, 70% ou mais dos alunos terão aprendido o que é essencial para a sua série”.
Ficou definido, então, que 70% dos alunos da 4ª e 8ª séries ou do 5º e 9º anos do Ensino Fundamental e do 3º ano do Ensino Médio, no conjunto das redes pública e privada, deverão ter desempenhos superiores a respectivamente 200, 275 e 300 pontos na escala de Português do Saeb, e superiores a 225, 300 e 350 pontos na escala de matemática.
A Meta 3 talvez seja a mais desafiadora das 5 Metas estabelecidas pela Comissão Técnica do Todos Pela Educação. Hoje, o Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) indica que nenhuma das séries avaliadas (5º e 9º ano do Ensino Fundamental e 3º ano do Ensino Médio) possui 30% dos alunos com aprendizado adequado, seja em língua portuguesa, seja em matemática.
 

  Indicadores Metas
  2003 2005 2007 2007 2009 2021
4ª/5º EF - Port. 25,6 % 26,6 % 27,9 % 29,0 % 36,6 % 70,0 %
Região Norte 17,1 % 17,4 % 18,4 % 19,5 % 26,6 % 65,0 %
Região Nordeste 16,5 % 16,7 % 18,9 % 18,8 % 25,8 % 64,5 %
Região Sudeste 36,1 % 37,8 % 36,0 % 40,1 % 47,3 % 74,3 %
Região Sul 32,4 % 32,7 % 35,1 % 35,1 % 42,5 % 72,5 %
Região Centro-oeste 27,5 % 28,8 % 30,9 % 31,2 % 38,8 % 70,9 %
4ª/5º EF - Mat. 15,1 % 18,7 % 23,7 % 21,1 % 29,1 % 70,0 %
Região Norte 6,7 % 8,0 % 13,1 % 9,6 % 15,3 % 62,0 %
Região Nordeste 8,0 % 9,9 % 14,6 % 11,7 % 18,1 % 64,0 %
Região Sudeste 23,8 % 28,0 % 31,6 % 30,6 % 38,9 % 73,9 %
Região Sul 18,9 % 24,3 % 31,2 % 26,9 % 35,2 % 72,5 %
Região Centro-oeste 15,2 % 20,1 % 25,4 % 22,5 % 30,6 % 70,7 %
8ª/9º EF - Port. 20,1 % 19,5 % 20,5 % 20,7 % 24,7 % 70,0 %
Região Norte 13,5 % 12,5 % 13,6 % 13,5 % 17,0 % 65,7 %
Região Nordeste 14,3 % 12,0 % 13,3 % 13,0 % 16,4 % 65,3 %
Região Sudeste 23,1 % 23,9 % 24,2 % 25,2 % 29,3 % 72,0 %
Região Sul 24,8 % 22,8 % 23,1 % 24,1 % 28,2 % 71,5 %
Região Centro-oeste 20,2 % 18,5 % 19,8 % 19,7 % 23,6 % 69,5 %
8ª/9º EF - Mat. 14,7 % 13,0 % 14,3 % 14,1 % 17,9 % 70,0 %
Região Norte 5,8 % 5,8 % 7,2 % 6,5 % 9,2 % 63,6 %
Região Nordeste 8,1 % 7,4 % 8,5 % 8,2 % 11,2 % 65,5 %
Região Sudeste 19,1 % 16,5 % 17,2 % 17,7 % 21,9 % 71,9 %
Região Sul 18,5 % 17,2 % 17,2 % 18,4 % 22,6 % 72,2 %
Região Centro-oeste 13,7 % 11,3 % 13,8 % 12,3 % 16,0 % 68,9 %
3ª EM - Port. 26,9 % 22,6 % 24,5 % 23,5 % 26,3 % 70,0 %
Região Norte 16,1 % 13,1 % 13,2 % 13,8 % 16,2 % 64,2 %
Região Nordeste 21,8 % 15,7 % 17,3 % 16,4 % 19,1 % 66,1 %
Região Sudeste 29,2 % 25,8 % 28,7 % 26,7 % 29,6 % 71,4 %
Região Sul 35,3 % 28,4 % 30,9 % 29,3 % 32,2 % 72,5 %
Região Centro-oeste 28,8 % 24,7 % 24,4 % 25,6 % 28,5 % 71,0 %
3ª EM - Mat. 12,8 % 10,9 % 9,8 % 11,6 % 14,3 % 70,0 %
Região Norte 5,0 % 4,5 % 3,1 % 5,0 % 6,7 % 63,4 %
Região Nordeste 10,2 % 8,5 % 6,2 % 9,1 % 11,5 % 68,2 %
Região Sudeste 12,9 % 15,5 % 11,4 % 16,4 % 19,4 % 72,6 %
Região Sul 19,4 % 17,0 % 14,1 % 17,9 % 21,1 % 73,3 %
Região Centro-oeste 13,6 % 14,7 % 9,2 % 15,5 % 18,5 % 72,2 %
Pontuação mínima na escala do Saeb, estabelecida pelo Todos Pela Educação como adequada a cada série:
4a série EF - Língua Portuguesa: acima de 200 pontos. Matemática: acima de 225 pontos.
8a série EF - Língua Portuguesa: acima de 275 pontos. Matemática: acima de 300 pontos.
3a série EM - Língua Portuguesa: acima de 300 pontos. Matemática: acima de 350 pontos.

Os dados Brasil referem-se a escolas federais, estaduais, municipais e privadas, das áreas urbana e rural.
Os dados de regiões e estados referem-se a escolas estaduais, municipais e privadas, da área urbana.
Os dados de municípios referem-se a escolas federais, estaduais e municipais da área urbana.

 

Todo jovem com Ensino Médio concluído até os 19 anos

"Até 2022, 95% ou mais dos jovens brasileiros de 16 anos deverão ter completado o Ensino Fundamental e 90% ou mais dos jovens brasileiros de 19 anos deverão ter completado o Ensino Médio”.
 
A taxa de conclusão do Ensino Médio aos 19 anos foi de 47,1% em 2008. Este percentual está acima da meta proposta, o que é um bom sinal. Entretanto, é preciso observar que a distância para a meta final é ainda grande. Em 2022, espera-se que 90% dos jovens com 19 anos tenham completado esta etapa do ensino – o que representa um aumento de 43 pontos percentuais nos próximos 14 anos.
 

  Indicadores Metas
  2003 2004 2005 2006 2007 2008 2008 2009 2010 2021
Jovens de 16 anos que concluíram o EF 54,1 % 55,5 % 56,6 % 58,8 % 60,5 % 61,5 % 61,3 % 64,5 % 68,4 % 95,0 %
Região Norte 39,4 % 36,5 % 38,9 % 46,0 % 47,5 % 50,1 % 46,3 % 50,7 % 56,3 % 95,0 %
Região Nordeste 31,7 % 34,5 % 38,2 % 40,8 % 42,0 % 44,9 % 43,8 % 48,4 % 54,3 % 95,0 %
Região Sudeste 69,7 % 71,5 % 70,8 % 71,5 % 73,7 % 74,4 % 73,9 % 75,9 % 78,2 % 95,0 %
Região Sul 64,9 % 71,4 % 66,6 % 68,3 % 70,6 % 69,3 % 71,8 % 73,9 % 76,5 % 95,0 %
Região Centro-oeste 54,2 % 57,4 % 59,7 % 60,2 % 63,7 % 64,5 % 63,2 % 66,2 % 69,9 % 95,0 %
Jovens de 19 anos que concluíram o EM 36,3 % 38,1 % 39,8 % 44,1 % 44,9 % 47,1 % 43,9 % 46,5 % 49,7 % 90,0 %
Região Norte 23,5 % 22,6 % 26,0 % 28,9 % 32,3 % 36,3 % 29,4 % 32,4 % 36,4 % 90,0 %
Região Nordeste 18,8 % 21,5 % 23,2 % 27,0 % 28,8 % 30,8 % 27,5 % 30,5 % 34,5 % 90,0 %
Região Sudeste 48,5 % 50,3 % 52,3 % 56,7 % 57,1 % 58,8 % 55,7 % 57,6 % 60,1 % 90,0 %
Região Sul 44,8 % 50,8 % 50,5 % 55,6 % 51,2 % 54,8 % 54,9 % 56,9 % 59,4 % 90,0 %
Região Centro-oeste 35,3 % 38,1 % 40,1 % 41,5 % 45,2 % 48,0 % 43,2 % 45,8 % 49,1 % 90,0 %
 
 

META 5 - Investimento em Educação ampliado e bem gerido

 

Investimento em Educação ampliado e bem gerido

 
“Até 2010, mantendo até 2022, o investimento público em Educação Básica deverá ser de 5% ou mais do PIB”.
 
Em 2008 o investimento público direto em Educação Básica foi de 4% do PIB (Produto Interno Bruto).
 
 

  Indicadores Metas
  2003 2004 2005 2006 2007 2008 2010 2021
Brasil 3,2 % 3,2 % 3,2 % 3,6 % 3,8 % 4,0 % 5,0 % 5,0 %