A primeira campanha política brasileira foi o Manifesto Republicano, lançado em 3 de dezembro de 1870, no jornal A República, do Rio de Janeiro. "Seu autor foi Quintino Bocaiúva, que era jornalista e foi, sem dúvida, o primeiro marqueteiro brasileiro", afirma Adolpho Queiroz, presidente da Sociedade Brasileira dos Pesquisadores e Profissionais de Comunicação e Marketing Político (Politicom) e professor da Universidade Metodista de São Paulo.
O Manifesto expunha a insatisfação com o imperador D. Pedro II e seu governo, e foi importante para incentivar diversos setores da sociedade em todo o país a apoiarem o fim da monarquia. A forma de governo monárquico acabou, mas o primeiro presidente da República não foi eleito pelo povo. "Marechal Deodoro, não precisou de santinhos e comícios, já que ele era o preferido do imperador e foi ungido para o cargo", explica o professor.
O jornal foi o veículo mais importante para discussão e campanha política durante todo o período inicial da República brasileira. Os debates, as entrevistas públicas e os jingles eleitorais só surgiram, no entanto, com o início das transmissões de rádio no país, em 1922. "O primeiro jingle foi para a campanha presidencial de Júlio Prestes, em 1930. O estribilho tinha algo como ‘seu Julinho vem...’", conta o pesquisador.
O próximo passo foram os programas eleitorais pagos de Jânio Quadros, já na televisão. Com os militares, ficou permitida a veiculação apenas de nomes e números dos candidatos a cargos eletivos, porém não suas ideias. Foi com a redemocratização na eleição de 1989 que a TV ganhou realmente importância como veículo para as campanhas. “Hoje ninguém imagina fazer uma campanha sem o uso adequado da televisão, apesar dos seus custos altos de produção”, diz o docente.
Atualmente, em 2009, o Brasil discute o uso da internet nas próximas eleições presidenciais de 2010 e o que será ou não permitido. “Acredito que o país está na contramão em relação ao uso da web. Enquanto a campanha de Barack Obama é festejada como um sucesso no campo virtual, aqui ainda discutimos se os blogs podem ou não emitir opinião”, conclui o pesquisador.
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