Dos 2.587 bolsistas do programa Ciência Sem Fronteira (CsF) que já estão
em Portugal - o segundo principal destino do programa -, quase 70%
foram para universidades consideradas mais fracas que as principais
instituições brasileiras ranqueadas pelo SCImago, reconhecido grupo de
pesquisa internacional que classifica os melhores locais para se estudar
na América Latina, Portugal e Espanha.
A situação - que preocupa os gestores do programa e custa aos cofres
públicos R$ 48 milhões por ano - fez com que o governo federal agisse.
Na sexta-feira, cerca de 9,7 mil candidatos ao intercâmbio em Portugal
foram notificados pelo CsF sobre a possibilidade de trocarem de país.
Para chegar aos números, o jornal "O Estado de S. Paulo" cruzou as
informações sobre a quantidade de bolsas implementadas até janeiro de
2013 com o atual ranking ibero-americano da SCImago - reconhecido grupo
de pesquisa internacional que classificou as melhores universidades da
América Latina, Portugal e Espanha. Foram considerados índices de
qualidade da produção científica e internacionalização dos
pesquisadores.
Com base no prestigioso ranking QS World University, quando se compara o
curso de Engenharia Civil da UFRJ com o da Universidade de Coimbra -
que recebe a maior quantidade de brasileiros -, a instituição do Brasil
se sai melhor.
Melhores "disponíveis"
No próprio site da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento do Pessoal de
Nível Superior), umas das administradora do programa, nenhuma
universidade portuguesa é sequer listada como referência na seleção de
melhores instituições europeias, muito menos na relação das mais
destacadas em Engenharia e Tecnologia, área prioritária para o
programa."Não que as elas não tenham critério nem parâmetros de
aceitação de alunos. Mas a demanda por uma universidade de ponta
americana, como Stanford e Harvard é certamente maior", diz Lampreia.
O CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico),
também gestor do programa, diz que busca parcerias com as melhores
universidades "disponíveis". O CNPq informa ainda que o Ministério da
Educação está desenvolvendo o programa Inglês sem Fronteiras para
aumentar o número de bolsistas enviados para EUA, Canadá, Austrália e
Grã-Bretanha. As informações são do jornal "O Estado de S. Paulo".
FONTE: Uol
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